O prefeito de Itaberaba, Ricardo Mascarenhas (PP), revelou uma pressão do governo da Bahia para que ele se posicionasse politicamente. Em entrevista à Rádio Rosário FM, nesta quinta-feira (12), o gestor acusou que "alguém" da administração estadual, que ele disse que só revelaria o nome se o governador Rui Costa (PT) o perguntasse, ameaçou não concluir uma obra, caso ele não definisse apoio para eleição ao governo da Bahia em outubro de 2022.
"Antes da minha decisão de governo da Bahia, minha obra aqui foi suspensa. O governo suspendeu a obra da feira. Falaram ao meu secretário Fabrício: 'Diga ai ao prefeito que se ele não decidir a vida dele, estou suspendendo a obra'. Devolvi o recado: 'Diga ao governo que irei manter a obra da feira", afirmou.
Mascarenhas também sugeriu que na semana passada, em reunião com o secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano, houve uma chantagem. "Perguntou: 'e o hospital? Resolva a vida do seu hospital', querendo, em outras palavras, que eu definisse a vida política", pontuou.
HOSPITAL
A secretária de Saúde do Estado, Adélia Pinheiro, acusou a gestão municipal de não responder para colocar o Hospital Regional de Itaberaba em funcionamento. "Fizemos diversas tratativas com o secretário de saúde e o prefeito para colocar a unidade em funcionamento, mas até o momento, sem sucesso. Caso o município não possa fazer a gestão da unidade, o Governo do Estado colocará em funcionamento, cabendo ao prefeito fazer a cessão”, afirmou, em nota.
Em resposta, Mascarenhas disse que a fala de Adélia "foi infeliz e maldosa". "Ela sabe que o hospital seria de responsabilidade do Estado. O governo não ia investir R$ 30 milhões para atender apenas Itaberaba. Foi uma fala totalmente infeliz, veio com missão de nos atingir", pontuou.
Para Mascarenhas, a fala da secretária foi para pressionar o prefeito a anunciar o apoio na eleição. "Rui para mim foi um grande governador, um dos melhores do Brasil, porém eu acho que o governador pecou nesse momento. Emissários do governo querem decisão política. Após rompimento com Leão, com o PP, naturalmente o governo do Estado veio procurando prefeitos para que se posicionem. Desde o inicio falei ao vice-governador João Leão e ao próprio governador que não iria, naquele momento, me posicionar", disse.
O prefeito ainda disse que viu "um movimento atípico de dentro do governo em não inaugurar o hospital".
FEDERAL
Além da proposta estadual em assumir a gestão da unidade de saúde, o prefeito revelou que o governo federal também tem interesse. Mascarenhas disse que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o telefonou na tarde desta quinta para convidá-lo a Brasília para falar sobre a reabertura do Hospital Regional.
"Prontamente irei. Fiquei feliz e surpreso, pois em um espaço pequeno de tempo ocorreram tantos fatos. Vou sim para Brasília semana que vem, ouvir o ministro", disse o prefeito.