Após ser demitida pela loja de departamento Riachuelo na última sexta-feira (17), a funcionária Jairta Lima, que atuava na unidade de Feira de Santana, contou como aconteceu sua demissão.
Jairta foi acusada de discriminação por uma mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em um vídeo, a mulher denunciou ter escutado a então funcionária afirmando que não queria mais "atendimentos 'bombas'". A declaração, para a denunciante, se referia ao seu filho.
Em entrevista ao repórter Marcos Valentim, correspondente do BNews em Feira de Santana, Jairta contou ter sido demitida por justa causa. "Depois do ocorrido, a gerente ligou para mim pedindo para eu comparecer a loja, ela me pediu para ficar numa sala reservada e, com outra supervisora, me falou que pela repercussão da situação, estava me demitindo por justa causa, também pela ética da empresa", declarou.
A mulher afirmou ter medo de não conseguir trabalhar novamente. "A Riachuelo me jogou. Falo que 'jogou' porque eles me trataram como se fosse um lixo, que não prestasse mais e me jogasse. Na hora que mais precisei deles, eles não me deram oportunidade de ser ouvida. Se eu bater em uma porta da empresa agora, não vão me empregar", afirmou.
Vivendo em uma casa simples, Jairta disse que, atualmente, vive apenas dos 'bicos' do marido, que vende meias na rua. "Às vezes o dia é bom, às vezes não é. Para a gente que paga aluguel, que tem duas crianças... Eu faço faculdade, pago luz, água. É muito complicado. (...) Quando minha filha pede um café, um pão, eu abro meu armário e não tenho condição de dar isso, é sofrido", desabafou a ex-funcionária.
Pronunciamento nas redes sociais
Através das redes sociais, a ex-funcionária contou a que estava se referindo quando comentou que não queria "bombas". Em um vídeo, ela afirmou que não estava falando da criança, mas ao fato de a colega ter passado uma cliente que não estava usando cartão da loja, mas sim de terceiros, e que segundo ela, é chamado de bomba, um tipo de jargão interno.
"Eu sou operadora de caixa lá há mais de um ano. A situação ocorreu porque uma colega minha do trabalho, Tati, passou essa cliente preferencial para mim lá na ponta, sendo que ela não me explicou o que estava acontecendo com a cliente. Ela simplesmente jogou no meu caixa para eu passar. E eu perguntei, Tati, por que você está passando essa cliente para mim? E ela simplesmente me deu as costas e saiu. Até então eu atendi a mãe e a criança super bem e a nenhum momento eu destratei ela. Quando ela saiu do meu caixa eu virei para Tati. E eu falei, Tati, não traga mais essas bombas", contou a operadora durante o vídeo.
Ela continua o pronunciamento explicando o que quer dizer o termo bomba.“Bombas, lá na Riachuelo a gente quer dizer cartão de terceiros. A gente não está se referindo ao cliente, a gente não está se referindo a ninguém. A gente está se referindo a cartão, porque lá dentro da empresa, todas as Riachuelos trabalham com metas. Se a gente passa um cartão Riachuelo a gente fica dentro da meta. Se você passa um cartão de terceiro, que não seja da loja, sua P.A. cai.