A Força Aérea Brasileira (FAB) recusou pedidos de fechamento do espaço aéreo nas terras indígenas yanomamis. A solicitação foi feita pela Polícia Federal entre 2021 e 2022 com o objetivo de aumentar a fiscalização sobre o garimpo ilegal na região.
As informações foram passadas ao UOL, sob condição de anonimato. Procurada, a FAB não respondeu se houve a negativa para fechar o espaço aéreo ou aumentar a fiscalização.
Em algumas ocasiões, a queixa era que os helicópteros usados por garimpeiros voam baixo e não são captados pelos radares em solo —embora possam ser captados por aviões-radares. Em outras, a resposta era que a área era muito grande. Certa vez, a Força Aérea exigiu compensação financeira pelos gastos com voos na fiscalização.
Segundo policiais escutados pela reportagem, a FAB mudou de postura com a mudança de governo, fazendo monitoramento 24h no território. Segundo o órgão, em 20 dias deste ano, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já foram 800 horas de voo para trabalho humanitário em áreas dos yanomamis.
Em termos de comparação, nos últimos dois anos, essas ações gastaram somente 230 horas de voo, além de outras 60 horas de voo em 2022 no apoio ao combate do garimpo ilegal.