O ex-ministro Guido Mantega renunciou na tarde nesta quinta-feira (17) à equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em carta a Geraldo Alckmin (PSB), vice-governador eleito e responsável pelo comando dos trabalhos. Mantega justificou seu afastamento apontando o que observa como intenção de adversários em "tumultuar" e "criar dificuldades para o novo governo".
A participação dele se daria de forma voluntária, já que está inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais. O ex-ministro seria integrante do grupo técnico responsável pelo planejamento, orçamento e gestão na equipe de transição.
Em sua carta de renúncia, o ex-ministro classifica a decisão do TCU como injusta e, no texto, declarou: "Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por oito anos. Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo."