Um desfile deu um toque de glamour e encantamento à conclusão do curso de design de moda com ênfase em costura industrial do projeto Ponto da Moda. Mais de 30 looks criados por 24 estudantes, dos 30 que obtiveram a certificação, foram apresentados neste sábado, 8, para uma plateia de cerca de 150 pessoas no Condomínio Bahia Têxtil, no bairro do Uruguai. A iniciativa, promovida pela Quest/Zeppelin, em parceria com a Braskem, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com o Condomínio Bahia Têxtil, tem o objetivo de oferecer formação no universo da moda e do vestuário para jovens a partir de 16 anos.
Trabalhando há três anos em uma fábrica têxtil, Simone Oliveira queria aprender a operar uma máquina de costura. "Achava lindo como pedaços de tecidos faziam uma roupa, mas quando eu sentava à máquina, a forma como pisava (no pedal), desfiava a linha da agulha. Hoje com a ajuda do professor já tenho controle e costuro sozinha. Aprendi muito", conta, revelando que agora sonha com novas oportunidades no mercado de trabalho.
Já Inara Santana, que já tem uma marca de moda praia, aposta no empreendedorismo. "Meu desejo é continuar com minha marca no mercado da moda com confecção própria, poder abrir meu ateliê e confeccionar minhas peças. Por isso, quero aprender muito mais, adquirir mais conhecimentos sobre o mundo da costura", explica.
Durante o curso, que é gratuito, os estudantes tiveram acesso a um laboratório equipado com as principais ferramentas do setor com o objetivo de facilitar a inserção deles no mundo da moda. "Com uma abordagem abrangente, o projeto apresenta aos alunos todas as etapas do processo criativo, desde a escolha do tecido, passando pela modelagem, costura e acabamento final. Desta forma, eles têm a oportunidade de aprender o ofício, permitindo que busquem uma colocação no mercado de trabalho, que montem um ateliê ou que sigam carreira no universo da alta moda", pontua Wagner Pavarin, produtor executivo da Quest/Zeppelin.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário do Estado da Bahia (Sindvest) e presidente do Conselho do Condomínio Bahia Têxtil, Hari Hartmann, a iniciativa atende a uma demanda do setor, que enfrenta escassez de mão de obra. "Quando o propósito é o mesmo, a chance de êxito é enorme e justamente por isso o projeto Ponto da Moda é um sucesso. Somar as forças do Condomínio Bahia Têxtil com a Lavoro, Quest, Braskem e SINDVEST, nos permitiu realizar esse sonho, de qualificar pessoas para que tenhamos a mão de obra local necessária para as mais de 20 empresas do complexo industrial, que está em fase de consolidação e expansão. São pessoas jovens, do nosso bairro, do nosso território, que estão prontas para entrar no mercado de trabalho. Os resultados são um motivador para a continuidade do projeto, que seguirá a todo vapor gerando emprego e renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social da região", pontua Hari Hartmann.
Além do conhecimento técnico, o curso também traz uma consciência sustentável aos alunos, que são provocados a refletirem como podem adotar boas práticas na produção. "Apresentar a discussão sobre reciclagem e circularidade no processo produtivo durante as aulas ajuda a formar profissionais que compreendem que é possível fazer moda de forma sustentável, mitigando o impacto no meio ambiente", defende Magnólia Borges, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.
As novas turmas do projeto iniciaram as aulas nesta segunda-feira, 10. O curso tem carga horária total de 250 horas, sendo 144 horas oferecidas pelo Ponto da Moda e 106 horas pelo Sindicato da Indústria de Vestuário e Artefatos de Joalheria e Bijuteria do Estado da Bahia (Sindvest). As aulas seguem até dezembro no Condomínio Bahia Têxtil (CBT), no Uruguai.